Tocar.
Iluminar.
Entender.
Escurecer.
Amar,
Beijar de olhos fechados,
Embargar as lágrimas,
Dizer que vazio fica,
Arder por dentro,
Silenciar.
Fechar os olhos.
Não querer dormir,
Não querer parar
De andar
Até encontrar
Nesse beijo de meia noite
E estrelas
E olhos fechados
O meu próprio perdão.
"Road Salt" , Road Salt One, Pain Of Salvation
Physics of Gridlock - Pain of Salvation
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Da ausência
Há um lado anárquico
Do teu beijo.
Há um lado apático
Do teu fervor.
Há um lado cego
No teu olhar.
Há um lado áspero
Na tua voz.
Há um lado mortal
No teu cheiro.
Há um lado cruel
Na tua pele.
Há um lado gélido
No teu calor.
Há um lado venenoso
Do teu sabor,
Quando não estás.
-Silêncio e falésia-
Do teu beijo.
Há um lado apático
Do teu fervor.
Há um lado cego
No teu olhar.
Há um lado áspero
Na tua voz.
Há um lado mortal
No teu cheiro.
Há um lado cruel
Na tua pele.
Há um lado gélido
No teu calor.
Há um lado venenoso
Do teu sabor,
Quando não estás.
-Silêncio e falésia-
terça-feira, 24 de julho de 2012
Da crónica
Li-te sobre um homem.
Um velho homem,
cansado,
gasto,
temperado,
exausto,
meio morto,
todo vivo de sede.
Li-te sobre um homem,
de branco na têmpora,
de sangue na guelra,
de asas nos sonhos,
negras asas,
e sol na pele.
Li-te, falei-te, contei-te.
Li-te sobre mim.
E não percebeste.
"Softly she cries" , Road Salt II, Pain of Salvation
Um velho homem,
cansado,
gasto,
temperado,
exausto,
meio morto,
todo vivo de sede.
Li-te sobre um homem,
de branco na têmpora,
de sangue na guelra,
de asas nos sonhos,
negras asas,
e sol na pele.
Li-te, falei-te, contei-te.
Li-te sobre mim.
E não percebeste.
"Softly she cries" , Road Salt II, Pain of Salvation
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Da fadiga
Estou cansado de palavras.
Sobretudo Portuguesas,
somente Portuguesas.
Cansado de não sentir,
quando tão sentido
tenho sido.
Cansado de te dizer
que quero,
quando prefiro ter,
nada dizer
e o que espero
não tardar.
Cansado de usar vocábulos,
de inventar parábolas,
de me dizer a mim mesmo
que o marasmo
também é mar de marinheiro.
Cansado de saudade,
de fado, de argumentos.
Estou cansado.
Quero apenas o que é meu.
"Fado do ladrão enamorado", Rui Veloso
Sobretudo Portuguesas,
somente Portuguesas.
Cansado de não sentir,
quando tão sentido
tenho sido.
Cansado de te dizer
que quero,
quando prefiro ter,
nada dizer
e o que espero
não tardar.
Cansado de usar vocábulos,
de inventar parábolas,
de me dizer a mim mesmo
que o marasmo
também é mar de marinheiro.
Cansado de saudade,
de fado, de argumentos.
Estou cansado.
Quero apenas o que é meu.
"Fado do ladrão enamorado", Rui Veloso
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Da frequência das notícias
Escrevo, pouco pensando.
Escrevo pouco, pensando.
Escrevo sempre desconfiando,
Escreveria sempre, desconfiando;
Desconfio tanto, contudo,
que escrevo pouco,
porque desconfiando, penso.
E pensando, desconfio
sempre, sempre do pensar.
Sentindo, penso pouco.
Desconfio na medida do ser,
penso um pouco rouco,
enferrujado e sem querer.
Crio e recrio o espontâneo,
Esqueço o que planeio,
e saio para comprar tabaco
que nunca fumei,
sem saber quando voltarei.
________________________________________________
Escrever é ter saudade. De mim, das palavras, de ser só, de ter saudade.
Estou em viagem, e este é um postal.
Não tenho saudade, mas as palavras que foram a minha única família em momentos únicos precisam de saber que estou vivo para elas.
"Arte quis ser vida" , Nada é Possível , Supernada
Escrevo pouco, pensando.
Escrevo sempre desconfiando,
Escreveria sempre, desconfiando;
Desconfio tanto, contudo,
que escrevo pouco,
porque desconfiando, penso.
E pensando, desconfio
sempre, sempre do pensar.
Sentindo, penso pouco.
Desconfio na medida do ser,
penso um pouco rouco,
enferrujado e sem querer.
Crio e recrio o espontâneo,
Esqueço o que planeio,
e saio para comprar tabaco
que nunca fumei,
sem saber quando voltarei.
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Escrever é ter saudade. De mim, das palavras, de ser só, de ter saudade.
Estou em viagem, e este é um postal.
Não tenho saudade, mas as palavras que foram a minha única família em momentos únicos precisam de saber que estou vivo para elas.
"Arte quis ser vida" , Nada é Possível , Supernada
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Souvenirs
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Grilhões
Deixo as correntes na corrente.
As amarras no cais.
Digo aos céus, imprudente,
"ao chão, nunca mais".
Faço adeus
a quem passa,
caminhos meus,
contra-mão e graça,
sorte e "vemo-nos nessa praça".
É tempo.
Toca a andar.
Escape, Peixe
As amarras no cais.
Digo aos céus, imprudente,
"ao chão, nunca mais".
Faço adeus
a quem passa,
caminhos meus,
contra-mão e graça,
sorte e "vemo-nos nessa praça".
É tempo.
Toca a andar.
Escape, Peixe
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