Physics of Gridlock - Pain of Salvation

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Logos

Na ausência da urgência,
pesa o ar e o vento,
passa ao lado
o momento,
passa ao lado 
o intento.

No desuso da surpresa,
assaltou-me o aroma
de uma certeza
que não vem.

E então tudo é surpresa.
Um bater de coração.
Uma palavra em canção.
Um levantar do chão.

E então nada é uma certeza.
Um olhar sentido.
Um calar sussurrado.
Um respirar cansado.

Na saudade da certeza,
a surpresa sente
e ressente-se.
Chora a quente,
e despede-se
de novo,de mim.
Porque sim.


"Fado do Campo Grande" , Novo homem na cidade , Camané

3 comentários:

Susana disse...

Hum... a impossibilidade da convivência entre a surpresa e a certeza... um pouco como a noite e o dia, a Lua e o Sol... sempre à procura um do outro à volta da Terra, sem nunca se poderem enfrentar... hum... intriguing!

Tami disse...

Sempre, porque sim. . .
com um beijo

Anónimo disse...

Ergos

A surpresa como variante da certeza ou sua ausência.

Boa construção.

Falamos de aspectos racionalizados transformados em anti-razão- O poema. Ou não.

Muito interessante a exploração do tema.


Abraço.

From Rogério Beça.