pesa o ar e o vento,
passa ao lado
o momento,
passa ao lado
o intento.
No desuso da surpresa,
assaltou-me o aroma
de uma certeza
que não vem.
E então tudo é surpresa.
Um bater de coração.
Uma palavra em canção.
Um levantar do chão.
E então nada é uma certeza.
Um olhar sentido.
Um calar sussurrado.
Um respirar cansado.
Na saudade da certeza,
a surpresa sente
e ressente-se.
Chora a quente,
e despede-se
de novo,de mim.
Porque sim.
"Fado do Campo Grande" , Novo homem na cidade , Camané
3 comentários:
Hum... a impossibilidade da convivência entre a surpresa e a certeza... um pouco como a noite e o dia, a Lua e o Sol... sempre à procura um do outro à volta da Terra, sem nunca se poderem enfrentar... hum... intriguing!
Sempre, porque sim. . .
com um beijo
Ergos
A surpresa como variante da certeza ou sua ausência.
Boa construção.
Falamos de aspectos racionalizados transformados em anti-razão- O poema. Ou não.
Muito interessante a exploração do tema.
Abraço.
From Rogério Beça.
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