"São só cartas",
dizia eu,
"mortas".
Eram fotografias,
na realidade.
Escritas,
é verdade,
mas minhas
e, por conseguinte,
vozes de câmara escura.
Tive de guardá-las
com a doçura
de quem guarda balas
no corpo.
Cada sopro,
estupro,
homem,
lágrima e grito
e medo do além
que visito
é um tiro escrito,
à espera de imagética.
E agora, como então,
parece cruel
fazer esperar as palavras.
"Postcard", Grace for drowning, Steven Wilson
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